A audiometria é um exame subjetivo que serve para avaliar a sua capacidade de ouvir e interpretar sons. É um procedimento simples, rápido e indolor, mas que tem uma importância fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Por meio dos testes, o médico consegue identificar possíveis perdas auditivas, permitindo a adoção de medidas corretivas e preventivas.
Antes de falar do teste, vamos explicar brevemente como você consegue ouvir. A audição funciona quando ondas sonoras estimulam os nervos localizados no ouvido interno. A transmissão dessas ondas ocorre pelo ar ou pela vibração dos ossos do ouvido. Se há algum problema nesse processo, a audiometria pode identificar qual é a condição do paciente.
Para que você encare a audiometria com tranquilidade, entenda como é feito o exame, quais as recomendações prévias ao procedimento e o que se faz com os dados que ele registra.
Audiometria: quando fazer
Os indícios da perda de audição são percebidos, principalmente, pelos familiares e pessoas próximas ao seu convívio. Se o volume da TV está mais alto do que o costume, se é difícil entender o que os outros dizem ou se há a sensação de entupimento nos ouvidos, então é preciso investigar o motivo. Outra necessidade de realização da audiometria é completar diagnósticos, avaliando fatores como traumas, infecções e condições hereditárias, por exemplo.
Qualquer pessoa pode se submeter à audiometria. Em crianças pequenas, o desafio é um pouco maior, pois é preciso entreter o pequeno paciente para que responda aos comandos do profissional que está conduzindo os testes. Mas os procedimentos são similares.
Importante ressaltar que apenas médicos e fonoaudiólogos estão habilitados para realizar a audiometria. Esses profissionais são treinados e capacitados e usam equipamentos específicos para fazer a avaliação. (RESOLUÇÃO CFM nº 1.475/97)
Audiometria: como é feito
A audiometria consiste em testes da transmissão de sons mecânicos (função da orelha média), a transmissão sonora neural (função coclear) e a habilidade de compreensão da fala (integração central).
Os tons puros (frequências únicas) são usados para testar a passagem do ar e a condução do som pelos ossos da orelha. O exame, é feito com um audiômetro, instrumento elétrico que gera sons em diversas frequências e diferentes níveis de decibéis (unidade de medida do volume do som).
Na prática, o primeiro passo para a audiometria é a realização de uma consulta. O profissional observa o ouvido, confere se há excesso de cera que possa interferir nos resultados e dá início à realização do teste.
O paciente entra em uma cabine acústica, isolada de ruídos externos. Ele coloca um fone de ouvido e presta atenção aos sons que o examinador emite. É preciso responder com um sinal combinado previamente, como levantar a mão ou apertar um botão, por exemplo. Nesse processo, que parece uma brincadeira, são medidas as frequências auditivas.
Cada ouvido é avaliado de forma individual. A perda pode estar localizada no ouvido externo, médio ou interno, nas vias auditivas, ou também pode haver perdas mistas.
Tipos de audiometria
Os testes realizados durante a audiometria são divididos em duas etapas:
Tonal: mede a resposta a tons puros, de diversas frequências, permitindo a detecção do grau e do tipo de perda auditiva. O teste é considerado subjetivo, pois depende da resposta dos pacientes aos estímulos oferecidos por quem o examina. É feito por via aérea ou por condução óssea.
Vocal: avalia a compreensão da voz humana. O especialista pronuncia palavras para que o paciente as reconheça.
Critérios de avaliação de perda auditiva
A intensidade do som é medida em decibéis (dB). Um sussurro tem em torno de 20 dB, enquanto um show musical fica entre 80 e 120 dB e uma turbina de avião gera mais de 140 dB. Se uma pessoa é exposta com frequência a sons acima de 85 dB pode apresentar perdas auditivas em algumas horas.
A audiometria trabalha com uma escala que vai de zero a 120 dB. A audição normal vai até os 25 dB. Se o paciente começa a ouvir entre 26 e 40 dB, existe uma perda auditiva leve. Entre 41 e 55 dB, é considerada moderada. De 56 a 70 dB, a perda é moderadamente severa. De 71 e 90, a perda é severa e acima disso é considerada profunda.
Já o tom é medido em ciclos por segundo ou Hertz (Hz). Tons mais graves ficam entre 50 a 60 Hz, enquanto os mais agudos podem extrapolar os 10 mil Hz. Normalmente, a audição humana capta entre 20 e 20 mil Hz. A fala humana fica entre 500 e 3 mil Hz. Alguns animais consegue ouvir acima de 50 mil Hz, para se ter uma ideia de comparação.
O que ocorre após a audiometria
Os dados coletados durante o exame são compilados em um gráfico, chamado audiograma, que registra as respostas do paciente aos sons. Em casos de perda auditiva, o exame ajuda a definir se é necessário usar o aparelho auditivo e qual o modelo mais apropriado. Em outros casos, contribui para o diagnóstico de doenças.
Se for comprovada a perda auditiva, em que não há possibilidade de tratamento cirúrgico para correção, nem a administração de medicamentos, a opção é usar aparelho auditivo. Existem mais de 400 modelos, que variam conforme as necessidades de cada paciente. Quem indica a melhor opção é o profissional médico ou fonoaudiólogo.
![Audiometria tonal realizada no Serviço de Audiologia HCUFG/2006 ...](https://www.researchgate.net/publication/26587167/figure/fig1/AS:502346998181888@1496780265320/Figura-1-Audiometria-tonal-realizada-no-Servico-de-Audiologia-HCUFG-2006-Com-diagnostico.png)
Conclusão
A audiometria é um exame bastante simples, que pode ser feito em qualquer pessoa para avaliar a capacidade de audição dos pacientes. Fazer essa avaliação com uma certa frequência contribui para a qualidade de vida das pessoas, pois ouvir bem facilita a convivência em sociedade.
Se você tem dúvidas sobre o procedimento ou percebe sintomas de perda de audição, procure atendimento médico o quanto antes para poder receber orientações de tratamento e prevenção de perda auditiva.