A dor de ouvido é uma sensação bastante comum nas pessoas, principalmente em crianças. É considerada uma das principais causas de entrada nos guichês de pronto-atendimento. Existem diversas razões para esse incômodo, e também há muitas crendices populares a respeito de seu tratamento.
É certo que a sabedoria dos mais velhos tem que ser respeitada, mas algumas práticas bastante comuns no tempo de nossas avós não são consideradas seguras ou adequadas para curar a dor de ouvido. Para esclarecer o que pode e o que não pode ser feito para aliviar essa dor, reunimos nesse post as principais causas de dor de ouvido e quais são as medidas recomendadas no tratamento.
O que pode causar dor de ouvido
A dor de ouvido pode ter causas relacionadas a inflamações originadas por traumas, uso incorreto de cotonetes (hastes flexíveis) ou umidade excessiva. Outras razões possíveis para a dor são agentes como fungos, bactérias ou vírus.
As crianças são as principais vítimas desse incômodo por dois motivos principais:
- a tuba auditiva é menor, o que pode favorecer seu entupimento, facilitando a ocorrência de infecções;
- o sistema imunológico dos pequenos está em desenvolvimento, o que dificulta o combate a agentes patogênicos.
Os adultos não escapam da dor de ouvido, e sua causa deve ser identificada para avaliar se não passa de um simples incômodo. Em casos mais graves, dependendo de suas origens, pode ter consequências mais preocupantes, como a perda de audição. Conheça os principais motivos da dor de ouvido.
Tipos de dor de ouvido por origem
Para entendermos os motivos e os tipos de dor de ouvido precisamos saber quais estruturas formam a nossa audição,
- Ouvido externo: é a parte mais visível, formada pelo pavilhão auditivo (orelha) e o canal auditivo externo;
- Ouvido médio: conta com o tímpano, ou membrana timpânica, e ossos minúsculos como o martelo, a bigorna e o estribo;
- Ouvido interno: contém o órgão da audição, a cóclea, um canal em forma de caracol pela qual passam as vibrações que emitem impulsos ao cérebro;
- Tuba auditiva: liga o ouvido médio à faringe e equilibra a pressão do ar entre os lados do tímpano.
Esclarecidas quais são as estruturas que formam nossa audição, vamos aos problemas que podem causar a dor de ouvido. Veja o que fazer e o que não fazer nesses casos.
Infecções
As infecções no ouvido são chamadas de otites e podem ocorrer no ouvido interno ou externo. Se as otites não forem tratadas, podem provocar uma dor muito forte e até causar a perda da audição. Por isso, é importante consultar um médico quando sentir sintomas dessa dor.
- Otite externa: costuma aparecer com mais frequência nos dias quentes de verão, devido à exposição à umidade. Os banhos de mar e piscina podem favorecer o aparecimento de bactérias ou fungos.
- Otite interna: mais comuns no inverno, por estarem associadas a doenças como gripes, resfriados, sinusites, rinites, entre outras. São causadas por infecções em locais próximos do corpo, como a garganta. Os vírus ou bactérias chegam pela tuba auditiva e inflamam o tímpano, causando desconforto. É a mais frequente em crianças.
Barotrauma
Ocorre quando existe uma diferença de pressão no ouvido, como em viagens de avião ou mergulhos profundos na água. O tímpano fica pressionado para dentro ou para fora até que o corpo se adapte à pressão. Outras situações que podem causar esse incômodo é o entupimento da tuba auditiva ou a produção de muco em excesso na garganta ou no nariz, decorrente de resfriados, alergias, sinusites, rinites e outras infecções.
Lesões
O uso incorreto de cotonetes (hastes flexíveis) ou a introdução de qualquer outro objeto que possa provocar machucados no ouvido favorecendo o surgimento de fungos e bactérias que provocam infecções.
Dor de ouvido: como tratar
A prevenção da otite pode ser feita por meio de vacinas, que reduzem a incidência de infecções no ouvido em até 7% das crianças. O tratamento, por sua vez, é feito com uso de antibióticos para acabar com as bactérias e analgésicos para diminuir a dor do paciente.
Geralmente, a infecção vem acompanhada de febre, que deve durar até 3 dias. Passado esse prazo, a audição do paciente deve voltar ao normal. Caso não ocorra, é preciso verificar se há secreções no ouvido médio. Nessa situação, a remoção desse material é feita por meio de uma pequena cirurgia.
Dor de ouvido: o que não fazer
- Não introduzir hastes flexíveis no canal auditivo, nem outros objetos. Essa prática pode ferir a pele do ouvido e favorecer o aparecimento de infecções.
- Tratamentos caseiros podem ser bastante prejudiciais ao ouvido, não existe comprovação científica de que funcionem. O mais indicado para aliviar o sintoma é compressa de água quente no local e buscar ajuda médica.
- Não faça uso de automedicação. Sempre procure um profissional da saúde para ter orientações de como proceder quando há dor de ouvido.
- Não hesite em buscar ajuda médica caso existam outros sintomas associados à dor de ouvido, tais como secreções diferentes de cera na orelha – sangue ou pus – e mau cheiro.
- Se o ouvido estiver entupido com cera, não tente desobstruí-lo em casa: procure um especialista e faça isso no consultório.
Dor de ouvido: o que fazer
- Proteja sua orelha nos dias mais frios.
- Evite lavar os cabelos e se expor ao vento.
- Evite compartilhar fones de ouvido.
- Trate alergias, resfriados e gripes antes que evolua para uma infecção de ouvido mais grave.
- Limpe e seque os ouvidos somente com o uso de uma toalha na parte externa da orelha.
- Procure o médico de sua confiança para uma avaliação, caso a dor de ouvido seja intensa e não passe em até 3 dias.